Claudia Cunha iniciou no último domingo, 11 de Janeiro de 2009, a temporada de shows de lançamento do seu CD Responde à roda lançado em 2008. Os shows da temporada acontecem todos os domingos às 17 horas no Teatro Gamboa Nova em Salvador, sempre com um convidado especial. O primeiro convidado foi Roberto Mendes que em parceria com Hermínio Belo de Carvalho compôs a faixa Seu Moço do disco da cantora. Assim como no disco, Roberto Mendes e Cláudia Cunha dividiram os vocais da canção no show do último domingo. A temporada segue com os shows no dia 18 de janeiro com participação de Sandra Simões, e dia 25 de janeiro com participação da cantora e compositora Manuela Rodrigues que compôs a faixa Cabe um tanto e em parceria com Cláudia Cunha a faixa que dá nome ao disco Responde à roda. No dia primeiro de fevereiro, último show da temporada, ela recebe o músico e compositor Luciano Salvador Bahia. O show apresenta todas as canções do CD e algumas surpresas no repertório a cada show, e de acordo com os convidados. Assim como certa vez lançaram uma coletânea de CDs de Chico Buarque a partir de facetas da sua obra - O Cronista, O Trovador, O Amante, O Político e o Malandro - é possível traçar os perfis da Cláudia Cunha intérprete a partir do show.
A intensa: Embora algmas canções "peçam" esse tipo de interpretação, se o intérprete não tirar de dentro de si as emoções que a canção pode transmitir então o máximo que pode acontecer é uma boa interpretação. A Cláudia Cunha sabe potencializar as canções e emprestar seu sentimento ao sentimento da música, e muitas faixas do disco ganham outra vida ao vivo e parecem preencher todos os espaços. Foi assim em Baião dividido, em Aioká, em Auto-Retrato, em Ganga-Zumbi, e principalmente em Cabe um tanto.
A delicada: Não a delicadeza por educação ou timidez, mas a delicadeza do cativar, a delicadeza que poderíamos definir como: "onde o afeto é mais sutil". Foi assim na interpretação de No girar de Alice, música que compôs para a sua filha, Mar do Norte com a visão da Bahia de Todos os Santos ao fundo do palco do Teatro Gamboa Nova, Putirum, e Pra você gostar de mim.
A Graciosa: Leveza e sorriso transpiram nas interpretações ao vivo das músicas Din Don, Responde à roda, Quando eu era sem ninguém, e Seu Moço.
Para conhecer melhor o trabalho da cantora e compositora Cláudia Cunha, segue uma entrevista que ela concedeu ao blog Geração Supernova antes do início da temporada.
ENTREVISTA COM A CANTORA E COMPOSITORA CLÁUDIA CUNHA
Geração Supernova: Você saiu do Pará e aportou na Bahia. Conte como foi essa mudança, o que significou na sua vida e na sua música.
A intensa: Embora algmas canções "peçam" esse tipo de interpretação, se o intérprete não tirar de dentro de si as emoções que a canção pode transmitir então o máximo que pode acontecer é uma boa interpretação. A Cláudia Cunha sabe potencializar as canções e emprestar seu sentimento ao sentimento da música, e muitas faixas do disco ganham outra vida ao vivo e parecem preencher todos os espaços. Foi assim em Baião dividido, em Aioká, em Auto-Retrato, em Ganga-Zumbi, e principalmente em Cabe um tanto.
A delicada: Não a delicadeza por educação ou timidez, mas a delicadeza do cativar, a delicadeza que poderíamos definir como: "onde o afeto é mais sutil". Foi assim na interpretação de No girar de Alice, música que compôs para a sua filha, Mar do Norte com a visão da Bahia de Todos os Santos ao fundo do palco do Teatro Gamboa Nova, Putirum, e Pra você gostar de mim.
A Graciosa: Leveza e sorriso transpiram nas interpretações ao vivo das músicas Din Don, Responde à roda, Quando eu era sem ninguém, e Seu Moço.
Para conhecer melhor o trabalho da cantora e compositora Cláudia Cunha, segue uma entrevista que ela concedeu ao blog Geração Supernova antes do início da temporada.
ENTREVISTA COM A CANTORA E COMPOSITORA CLÁUDIA CUNHA
Geração Supernova: Você saiu do Pará e aportou na Bahia. Conte como foi essa mudança, o que significou na sua vida e na sua música.
Cláudia Cunha: Eu cresci numa cidade pequena do estado do Pará onde as festas religiosas e populares constituíam uma referência muito forte na vida dos moradores. Logo, desde cedo eu estava metida naquelas manifestações e acontecimentos, cantando – quando era momento de cantar – e dançando – quando era o momento de dançar. Às vezes, as duas coisas juntas. Vem desse período minha aproximação e encantamento com as tradições musicais do interior e que permanece ainda hoje no meu trabalho.
Nessa cidade havia também um festival de música que acontece já há quase 30 anos e que gerava uma movimentação muito grande de compositores, cantores, etc. Foi nesse festival que comecei a cantar e a ganhar meus primeiros tostões e reconhecimento com a música, por volta dos meus 15 anos, o que acabou me levando a me mudar para Belém em seguida. Já em Belém comecei a fazer o percurso natural pro cantor popular, que é o da noite, cantando em bares, bandas de baile, etc., e, freqüentemente, “defendendo” (expressão engraçada, né?) as composições de amigos em festivais espalhados pelo país. Em 1995 vim fazer uma apresentação aqui em Salvador a convite de uma amiga baiana e arranjei um namorado (Risos). Embora minha história em Belém me trouxesse já um certo conforto enquanto cantora com um trabalho já reconhecido, decidi me mudar pra cá em 1996 e (re)começar uma nova história aqui, o que incluiu entrar pro curso de música da UFBA. Essa mudança não foi fácil no início. Eu já tinha passado pelas etapas da noite, do esquema mais amador e não estava animada a passar por isso aqui, então fiquei voltada pro estudo, pra pesquisa na área de música popular e tradicional e fiquei um tempo sem cantar, alternados com algumas apresentações esporádicas em projetos pequenos (Elas Cantam no T. XVIII; Pelourinho Meio-Dia; Festival de Inverno da Chapada em Igatu; Circuito Cultural UESB e outros.). Entretanto, esse tempo na EMUS (Escola de Música da UFBA) foi importantíssimo, pois me pôs em contato com músicos e compositores talentosos, que se tornaram amigos e parceiros desde então, no fazer e pensar a música.
Geração Supernova: Quais os aspectos semelhantes e diferentes destes dois universos musicais, o Pará e a Bahia? Quais as suas principais referências na música paraense e na música baiana?
Cláudia Cunha: Sabe que eu não vejo muito as diferenças? Vejo mais coisas em comum, como a forte relação com a dança, com a festa. Se aqui tem o axé, lá tem o tecno-brega. Aqui tem o samba-de-roda, lá tem o carimbó. Já no âmbito da música popular (ô termo complicado!) e da poética dessas músicas, há referências e construções que são muito próprias ao contexto amazônico e que são muito bem trabalhadas, no Pará, pelo Walter Freitas, o Nilson Chaves, o Vital Lima, o Joãozinho Gomes. Sem falar de uma geração de compositores novos que têm feito um trabalho muito bonito lá que são o Floriano, o Leandro Dias, o Felipe Cordeiro, o Ziza Padilha e outros. Dos compositores daqui da Bahia, nossa! tem um caminhão: o Gil, Caetano, Caymmi, Elomar, Assis Valente... dos mais novos, o Luciano Aguiar e Borega (Matita Perê), a Manuela Rodrigues (também grande cantora), o Tiago Rocha, o Rafael Dumont, o Luciano Salvador Bahia e muitos outros. De cantoras, nem se fale! Tanto no Pará como aqui na Bahia, há cantoras maravilhosas! E aqui em Salvador, especificamente, tenho grandes amigas intérpretes, e tem havido entre nós, uma aproximação e troca muito freqüentes e frutífera. Vou citar mas espero que não role ciúmes (risos): Manuela Rodrigues, Márcia Castro, Marilda Santanna (tem alguma transação numerológica aí com a letra M), Ana Paula Albuquerque...
Geração Supernova: Em Salvador você teceu estreitas relações com o Choro e o Samba, participando do grupo “Mandaia” e se apresentando como convidada do grupo “Os Ingênuos”, e participando de projetos como o “Coletivo Circo dá Samba”. Como ocorreu essa aproximação com o Choro? E como tem sido participar de projetos de valorização do samba em Salvador?
Cláudia Cunha: O samba é uma escola (olha o clichê!). Minha experiência cantando com o grupo Mandaia por dois anos, todas as semanas, quase sem férias, foi fundamental pro meu crescimento como intérprete. E aí nem importa se no meu CD eu decidi não gravar samba e choro – que era o que muita gente esperava e que, no final das contas, seria mais confortável pra mim. Essa vivência com os chorões, com um repertório imenso e maravilhoso, e com um público fiel e conhecedor que não se deixa enganar, foi um dos mais ricos nesse meu percurso. E depois de um tempo convivendo com esses músicos incríveis e se você é aceita e aprovada entre eles, ah! que delícia. Seu nome cai na roda! Porque a oralidade é um elemento fundamental nesse universo e é de uma força gigante.
Geração Supernova: Em 2007 você conquistou três importantes prêmios na cena independente da música baiana: O Troféu Caymmi de Melhor Cantora, o prêmio de Melhor Intérprete do V Festival da Educadora FM, e o Prêmio Braskem de Música. Este último revelou nos últimos anos os talentos de Mariene de Castro e de Márcia Castro, e assim como a essas duas, lhe possibilitou gravar seu primeiro CD. Como foi participar de cada um deles e o que eles significaram na continuidade da sua carreira?
Geração Supernova: O CD já estava com o repertório e a pré-produção encaminhada quando você conquistou o Prêmio Braskem de Música, ou foi realmente o prêmio que viabilizou todas as fases de produção do CD “Reponde à Roda”? Como você chegou aos compositores (as) do disco e às participações especiais de Zé Renato e Roberto Mendes?
Geração Supernova: Considerando que o CD pode ser interpretado como “um extrato do show” o que esperar de um show de Cláudia Cunha? Quem você é no palco?
Geração Supernova: Gostaríamos de agradecer pela entrevista e desejar todo o sucesso. Sempre terminamos a entrevista com um último recado do (a) artista para os leitores (as) do Blog Geração Supernova, fique à vontade.
Cláudia Cunha: Adorei a chance de falar para os leitores do Geração Supernova.
Ah, quero dizer que todos temos uma ou várias músicas que parecem ter saído de nós; vozes que são também as nossas vozes! E é apaixonante ouvir e descobrir músicas que se afinam – às vezes instantaneamente – com nossas sensibilidades. Mas pra isso acontecer, tem que se abrir pra ouvir!
Quero aproveitar pra convidar todo mundo que estiver em Salvador, em janeiro, para ir à temporada de lançamento do CD “Responde à Roda” que acontecerá todos os domingos às 17 hs, no Teatro Gamboa Nova. Beijos e espero que tenham curtido. Eu curti.