domingo, 15 de fevereiro de 2009

Entrevista com a cantora paulista Karina Ninni




e-MPB: Karina Ninni
Os personagens da MPB em um bate-papo por e-mail.
10/10/2008



A música da paulista Karina Ninni faz ponte aérea São Paulo – Belém. Durante oito anos ela ouviu, interpretou e criou laços com os sons e as gerações dos músicos paraenses. Lançou o CD de estréia em 2004, “pelo retrovisor”, que apresentou todas estas “informações sonoras”. De volta a terra dos bandeirantes, na luta, está reconquistando espaços e garimpando novos trabalhos musicais. Conheça Karina Ninni:


Unesp fm – Como foram seus primeiros passos musicais ?


Bem, dizem em casa que eu era um bebê quando decorei o hino nacional e comecei a cantá-lo. E os jingles de televisão todos, e tal. Então eu posso dizer que canto desde que me entendo por gente. Depois fui estudar e aprimorar e tudo mais. Profissionalmente, eu canto desde os 21, 22 anos.


Unesp fm – São Paulo e Belém, quais os sons destas cidades em sua audição e interpretação ?


Eu tenho tido, graças a Deus, muito contato com compositores novos, gente que está produzindo muito, e produzindo bem. Em Belém isso foi definitivo para me puxar mais definitivamente para a música, já que eu sou jornalista, e também leciono no ensino superior, na área de comunicação social. Quer dizer: o desafio de cantar o novo é muito estimulante para mim. Em Sampa eu estou começando a conhecer gente com quem me identifico, compositores que eu gosto de cantar, e eu mesma passei a compor mais também - letras, no mais das vezes. Então, são duas cidades em que se pode trabalhar muito bem com música. Agora, São Paulo é maior, e por isso, para se identificar com certo grupo, ou compositor, ou o que for, você leva mais tempo. E para que seu trabalho apareça, idem. Você faz aquele trabalho de formiguinha, de show pequeno aqui e ali, de cantar o repertório do seu CD no meio de um gig de samba. E isso vai surtindo efeito aos poucos.

Unesp fm – Conte a história do CD de estréia “Pelo retrovisor” ?


Ele foi gravado em Belém do Pará. Só com compositores de lá. E totalmente finalizado lá. Fui para Belém com meu então marido, que era correspondente de um grande jornal daqui. Íamos inicialmente para ficar 2 anos. Ficamos 8 anos. Lá eu me envolvi definitivamente com música, mas nunca larguei as outras profissões. Comecei a cantar coisas inéditas em festivais. Comecei a ganhar prêmios. Aí os compositores de lá começaram a me procurar, a me dar coisas para cantar e gravar. Coisas novas. Então eu peguei um gosto imenso por isso. Quando achei que estava pronta para gravar meu primeiro trabalho, eu tinha tanto material bom nas mãos, tudo inédito, tudo de lá, que eu pensei: ‘ah, não vou gravar nada conhecido, não. Vou gravar os novos compositores daqui’. Aí então eu acabei mixando, no Pelo Retrovisor, gente mais conhecida localmente - os veteranos - com compositores novos. E achei que deu certo.

Unesp fm – Fale de seus amigos compositores que estão no CD ?


Ah, eles são muito bons lá em cima, sabe? São refinados, têm um bom gosto incrível e são generosos, no sentido de confiar as canções a você. Eu destaco dois caras que acho que ainda vão dar o que falar: o Felipe Cordeiro e o Leandro Dias. São dois garotos de 22, 23 anos. São muito bons. O Felipe está lançando daqui uns três meses o primeiro CD dele, que se chama Banquete, e onde eu gravei 3 músicas, incluindo a faixa título. No Pelo Retrovisor tem uma música do Leandro, que se chama Quase Vida, e é uma marcha-rancho. E ambos são meus parceiros musicais, também, temos músicas juntos. Agora, tem o Floriano, que dirigiu o CD e é um grande compositor, autor da primeira faixa do Pelo Retrovisor. Tem a Maria Lídia, tem o Pedro Cavaléro e o Pedro Callado. E tem um cara chamado ZéMaria, que compõe de um jeito que me agrada muitíssimo. Eu fui a primeira pessoa a gravar o Zé. E foi engraçado, Tramóia foi a última música a entrar no CD, e é a que faz mais sucesso. Todo mundo gosta dela. É um samba-choro.


Unesp fm - Minha voz é ? Minha interpretação é ? Minha mensagem musical é ?


Minha voz é um lugar no espaço onde me sinto confortável comigo. Minha interpretação é um retrato da minha alma. Não creio que possamos falar em mensagem musical, mas certamente as pessoas percebem que cantar me deixa feliz. Então, se existe algo a ser decifrado, é no fundo o chavão do ‘faça o que te dá prazer, e você estará fazendo direito’.
Unesp fm – O presente e o futuro em relação à carreira, quais os próximos desafios ?
Bem, meu atual desafio é tentar fazer cada vez mais música e cada vez menos o resto. E sobreviver sem grandes sobressaltos. Se eu conseguir isso, já estarei em um outro ‘patamar’. Praticamente falando, eu estou selecionando repertório para meu novo CD, que vai se chamar Samba do Bem, e que traz sambas inéditos de vários cantos do Brasil. São compositores que conheci fazendo festivais, ou viajando a trabalho para cantar, enfim, e todo mundo tem um samba para mostrar, quase sempre. Então, é esse o espírito.


Unesp fm - Como entrar em contato e adquirir seus trabalhos musicais ?
Podem ser adquiridos na Livraria Cultura, na Livraria da Vila, e pela internet, num site chamado Lado de Dentro. No Rio de Janeiro, está à venda em um lugar chamado Arlequim. Eu tenho algumas músicas disponíveis no myspace (www.myspace.com/karinaninni). E o CD está também em alguns blogs como o “Um que Tenha” e o “Música da Boa”. Tenho uma comunidade no Orkut. E meu e-mail para contato, pode divulgar: karinaninni@uol.com.br


Unesp fm - Quem você gostaria de ouvir tocando por estas bandas, nos 105,7 da Unesp fm ?


Olha, gostaria de ouvir o Ronaldo Silva, o Leandro Dias, o Felipe Cordeiro, o Paulinho Moura, a Maria Lídia, o Fernando Cavallieri. E também os mestres, como Eduardo Gudin, Celso Viáfora, Maurício Tapajós....

Fábio Fleury
Ps.: Foto com Zuza Homem de Melo, Leandro Dias e Karina Ninni no Directv (camarim) São Paulo (2004)

2 comentários:

André de Aviz disse...

mom ami,

to adorando essa fase de entrevistas


abraço forte,

seu

oavessodaletramorta disse...

Meu caro André,
não é bem uma "fase"
mas, realmente, uma coincidência...
pois as duacantoras falaram um pouco da música paraense e de mim, então resolvi colocar aqui pra mais pessoas lerem...
mas entendi seu comentário como uma sugestão, vou pensar no caso...eheh
Abração!!